segunda-feira, 2 de maio de 2011

A rede

A rede balança, o vento frio me faz ficar de blusa, e o chuvisco não pára.
Logo mais a chuva substitui a garoa, vai preenchendo a rua.
O vento calmo se transforma em um sopro forte tornando meu equilibrio instável.
Eu me esforço, seguro, agarro, cravo as unhas em um esforço brutal para não cair.
Bordamos linha a linha, hora eu, hora você, hora eu segurando o pano, hora eu com a agulha. Talvez de perto ela não seja perfeita, alguns dedos furados, algumas gotas de sangue, mas lá está ela como um todo e tenho certeza que esta é a mais linda rede, no qual o pano você me deu.
A rua esta cheia d'agua, as bocas de lobos já não suporta, e tudo, como se em um instante, enche.
O vento forte se transforma em ventania.
Meu esforço, minha garra, me equilibra.
Eu não largo, pois lá esta meu esforço, o meu amor.
Tenho certeza, a corda não vai estorar ou desfiar, vai aguentar !


e eu tenho certeza... eu te amo !






Boriz (Barack Obama)

Max (el touro)