quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

eeeeee josé !

Dias após dias, se controla pra não sair pela a porta da sala, que da nas ruas, e fugir, correr para o nada e mergulhar na chuva ou nas nuvens do céu.
Não entende como podem viver, sem compreender ou compreendendo, que seja, no que a nossa sociedade contemporânea faz com ela própria ou aceita-lá. Há dois tipos de homem nesta sociedade, aqueles que fazem seu mundo, que criam, e aqueles que aceita de cabeça baixa. Não acha justo (se é que há justiça de um homem criado nos conceitos de algo que o fez ter a percepção de justiça e acha-la injusta) os dois tipos de homem, pois um homem que cria o mundo, seja por uma tirania, pelo desdém do segundo tipo de homem, por convencer que é melhor do que está fora dele ou por alto ego, vive em um mundo ilusório de ordem e paz, mas o que este homem não sabe é que quando alguém que é ligada ao mundo externo, fora de sua bolha, ou algum desdenhado perturba este mundo acaba-se voltando a realidade e não terá o mesmo sons reconfortantes das suas músicas preferidas, querendo justiça a qualquer preço. E o segundo tipo de homem não há muito o que falar, está explicito nos olhos deles.
Estes pensamentos, que foram explícitos com palavras, fizeram José pensar sobre o assunto, que discutira com seu amigo de bar, João, a uma semana a traz. Discutir não, era mais um monólogo de João, pois José só assentia ou emitia sons de concordância - humm - e com cenho enrugado, mas compreendia tudo o que seu companheiro dizia, porém não sabia o que falar. João parecia saber o que falava, estudava Ciências Sociais na USP, não deveria estar falando besteira pensava José.
José é formado em Engenharia Mecânica, trabalha no ramo, ganha um bom troco, o suficiente para sair das barras de saia de seus pais, mora em um apartamento no centro, mas trabalha sem carga horária, pois é solicitado a qualquer hora para arrumar alguma máquina, inclusive em feriados e fins de semana. Tem bons amigos, alguns de infância outros do ensino médio e faculdade, é casado com uma Consultora de S.C., da seus pulos pela cerca, têm um casal de filhos, visita seus pais aos domingos, quando pode, bebe sua cerveja sempre com os amigos, quando sabe que não vai trabalhar, gosta de falar sobre futebol, notícias do jornal e mulheres, adora comprar produtos de tecnologia e roupas, suas músicas preferidas são da época de seu ensino médio e tem um belo carro em sua garagem. Tudo em sua vida vai bem, mas falta algo que não sabe o que é, algo a mais pensa ele
José matutou com seus botões a semana inteira, sobre o monólogo de seu amigo, chegou a uma conclusão e pensou em voz alta:
-Haverá um troco !

domingo, 4 de janeiro de 2009

A esmo

Vestia um casaco de camurça marrom, apenas um botão estava desabotuado, junto a um Jean azul marinho desbotado, com um rasgo na metade da coxa direita e com as barras comidas por andar em cima delas. Andava a esmo subindo pela rua Augusta, sentindo a Av. Paulista, com um cigarro aceso na boca, cabeça meio reclinada para o chão e com suas mão nos bolso do casaco, ainda não sabia o que fazer.
Estava frio em São Paulo, cerca de 10 °C, sua caminhada ainda não havia o esquentado, e resolveu, por fim, parar em algum lugar para tomar alguns trago. Avistou uma padaria e logo se aconchego perto do balcão virando-se a rua, que ia acendendo suas luzes, pois a noite já estava por vir.
-Boa tarde patrão, vai do que?- perguntou o garçom, de traz do balcão secando as mãos em seu avental.
Palo o olhou com um sorriso no rosto, achou engraçado ser chamado de patrão.
-Hum... não sei, o que tem de forte?
O garçom, que vinha do nordeste, disse sem respirar e muito rapidamente ao passo que Palo compreendeu só o primeiro "drink".
-Rabo de galo, Bomberinho, Pinga com Limão, Pinga com mel, Conhaque, Whisky, Rum...
Palo o olhou e pronuncio interrompendo-o:
-Blah... não sei o que pedir, quero algo quente mas que não me deixe alto rápido.
-Contine, pode ser?
-Claro.
A padaria já acumulava uma quantidade de pessoas, em especial de meia idade e apenas homens, todos sentados em grupos em volta de mesas de plásticos, todos bebendo cervejas, todos fazendo Happy Hour e todos felizes é o que pensava Palo ao passar os olhos para dentro ao se virar novamente para a rua.
Já havia bebido 3/4 de seu trago vendo pessoas passarem pela rua. Eram jovens que desciam e subiam a rua já iluminada pelos postes de luzes, a maioria estudantes de faculdade com rumos certos para a noite, alguns paravam pelos bares a esperar suas companhia, iriam se divertir ali mesmo na rua Augusta, e outros passavam fumando seus "becks".
Bebeu o resto do líquido de seu copo, acendeu um cigarro, Marlboro, com seu zippo e virou-se para o garçom:
-Opa ! - o garçom veio limpando o balcão sorrindo - se pode repetir as bebidas?
Novamente o garçom vomitou o cardápio de bebidas, Palo se sentiu muito desconfortável com isso, porém o homem, de baixa estatura, do balcão mudou a ordem das bebidas começou com Vodka. Pediu Vodka com soda.
-Tá na mão patrão ! - Disse o garçom depositando a lata de soda e um copo com vodka.Palo achou graça novamente no "patrão", tragou forte duas vezes seu cigarro e misturou as bebidas no copo.
Foi bebericando seu "goro" e ao olhar novamente para dentro da padaria, que já estava lotada, observou uma figura incomum a 1 hora a traz, uma mulher. Estava vestindo roupas de verão que mostrava, e muito, suas qualidades, saia, uma "blusinha" com decote e salto alto, era uma prostituta que estava comprando cigarro.
Palo a olhava, sem muito interesse, porém como por um impulso a mulher, que estava abrindo seu maço, olhou fixamente para Palo, chegando a constrangi-lo por 1 segundo, e então, com passos amistosos e olhar fixo ao dele, caminhou em sua direção:
-Hey garotão, fogo?- disse a mulher fazendo sinal de como se acendesse um esquero imaginário.
Palo riu, achou engraçado o sinal, e acendeu o cigarro da prostituta sem passar o zippo para ela. A mulher tragou forte e depois soltou a fumaça fazendo barulho -uufffffsssssss- fintando os olhos azuis de seu doador de fogo por alguns segundos, sorriu e declinou seu corpo para mais perto e disse baixo ao seu ouvido:
-Casa 516 !
A dama da noite saiu do pé de seu ouvindo sorrindo e dando-lhe as costas partiu  rebolando  o quadril. Ela sabia que era bela e também escolher seus homens solitários, porém Palo era diferente, solitário, mas não deste tipo de solidão.
Virou-se para rua e percebeu outras personalidades, eram pessoas indiferentes, vagavam na rua homens gargalhando em bom som, grupos de jovens indo a seus "esquentas" e elementos esquisitos, suspeitos, vendedores de drogas, que Palo os imaginavam com sobre-tudo escondidos nas sombras, apesar de sempre estarem com aparencia comum e se portavam com certa simpatia. Tomou em um só gole seu copo e ficou a contemplar a rua por minutos.
Olhou para o relógio, que se encontrava em cima do balcão ao lado do caixa, que marcava 9 horas e 30 minutos, horário de verão, bufou - blah - esticou o copo até encontrar a pia do outro lado do balcão, puxou mais um cigarro do maço, que já estava quase vazio, e fumou trocando o apoio das pernas que já estvam cansadas, direita, esquerda, direita, esquerda...
Logo após terminar seu cigarro olhou novamente para o garçom, pensou em perguntar as bebidas que serviam novamente, mas desistiu lembrando das palavras regurgitadas do garçom, tentou ir para o caixa, porém foi impedido por uma briga entre um grupo de homens que discutia feroz mente com os 2 caixas e o dono da padaria, pensavam eles que na conta foram aderidas mais cerveja que haviam pedido, era um grupo muito grande de homens que bebiam naquela mesa, cerca de 13, mas a conta realmente extrapolava, 192 reais e alguns centavos. Palo, em pensamento, concordava com os clientes que protestavam, pois em outras ocasiões aconteceram a mesma perturbação, sabia que ao ver os clientes em grande número os donos acrescentavam números a mais ao fechar a conta. Farto da briga, que já estendia-se por vários minutos, voltou a sua posição de início e disse ao garçom:
-Vai longe- olhando para a multidão da padaria - bota uma pinga com mel ai pra mim !
-Pra já - disse o garçom
Ao chegar seu "mel" puxou para perto o copo e cheirou arrepiando-se todo.
Na rua passavam carros bonitos e também latas velhas, pessoas a pé, em grupos ou sozinhas, os minutos se arrastaram com velocidade impressionante, a briga continuava. Palo tomou em um gole só sua bebida, fazendo os pelos dos braços arrepiarem, pediu a mesma dose novamente acendendo um cigarro.
O relógio marcava 11 horas agora. A discussão já havia cessado, Palo bebeu o resto de sua "maldita" e caminhou até o caixa precisando empurrar 3 homens bêbados para que dessem passagem, chegou no caixa e pagou sua dívida. Saiu acendendo seu último cigarro em direção ao metro Brigadeiro, pensou em Bukowisk, no livro e no filme que assistiu a dias a traz, Factatum, e nos últimos pensamentos de Chinask no filme, não sabia se era o Bukowisk que havia escrito, mas se sentiu reconfortável com as palavras lembradas.






Boriz (Barack Obama)

Max (el touro)